Michele tem um relatório enorme para entregar no dia seguinte. Antes de colocar a mão na massa, ela resolve assistir a só mais um tutorial de como fazer olhos esfumados no YouTube, responde às mensagens pendentes nos grupos do WhatsApp, dá uma olhadinha na timeline do Facebook e conversa com uma amiga que está em crise com o namorado. Quando se dá conta, já se passaram horas e bate desespero por causa do prazo.
Identificou-se com Michele? Se a resposta é sim, você e ela fazem parte dos 95% da população que procrastinam ou deixam para depois o que poderiam (ou deveriam) fazer agora. Isto mesmo: quase todo mundo admite adiar tarefas, ainda que só de vez em quando.
Nunca se procrastinou tanto como atualmente, e a culpa é das distrações modernas (sim, estamos falando de aplicativos e redes sociais) e do acúmulo de atribuições no dia a dia. Vivemos um tempo em que tudo é urgente. Exatamente por isso, é preciso ser racional e focado e aprender a escolher o que de fato é prioridade, em vez de se deixar levar pela enxurrada de estímulos e informação.
Existe uma turma que se beneficia com o fato de deixar as tarefas para a última hora, pois funciona melhor sob pressão e agindo no improviso. Mas, para a maioria de nós, colocar sempre as obrigações de lado pode deixar a vida meio bagunçada.
Procrastinadores crônicos tendem a ser menos saudáveis (estão sempre com exames, consultas médicas e tratamentos pendentes), menos ricos (porque desperdiçam dinheiro com multas de contas vencidas) e menos felizes (o hábito gera culpa e ansiedade. Adiar deveres menos prazerosos para dar atenção a coisas menos importantes, mas mais agradáveis, até traz um alívio temporário. Porém, se esse comportamento se torna crônico, pode gerar conflitos sociais, conjugais, profissionais e financeiros. Postergar ações e objetivos que tragam estabilidade à vida prática (obrigações burocráticas e profissionais, por exemplo) causa frustração e insegurança e abala a autoestima.
Mas existe luz no fim do túnel. Ter consciência de suas atitudes e de onde está escorregando é o primeiro passo para mudar. Há vários tipos de procrastinadores e cada um tem suas razões para deixar as coisas para depois.
Você jura que não é uma procrastinadora?
Certos hábitos aparentemente insignificantes podem transformar uma pessoa organizada em alguém que está sempre devendo alguma coisa. E isso corre o risco de atrapalhar seus relacionamentos e sua saúde. Veja como entrar no ritmo se você sempre deixa para depois…
O sexo
Você está cansada e prefere deixar para transar amanhã à noite.
A solução: marque um horário para namorar. Pode parecer estranho, mas muitos casais garantem que esquentaram o clima na cama desse jeito.
Um telefonema
Você precisa falar com sua mãe, mas sabe que, quando ela começa, não para mais de falar.
A solução: ligue para ela, mas avise que precisa sair em 15 minutos.
O sono
Você navega no Instagram, assiste a uma série na tv… até que já é 1 da manhã.
A solução: ajuste um alarme para forçá-la a se desconectar de tudo e deitar.
Uma consulta médica
Você sabe que vai levar uma bronca por não ter feito o check-up no ano passado.
A solução: marque os exames já na sala de espera do consultório.