Ninguém gosta de ter seus defeitos apontados. Por mais que uma crítica seja realista, pontual e útil, muitas vezes, provoca desgosto, decepção e revolta. Para algumas pessoas, o efeito é tão devastador que, em vez de a qualidade do trabalho melhorar, acaba ficando ainda mais comprometida. No entanto, quem busca encarar a crítica positivamente ou como um desafio a ser superado tem mais chances de evoluir profissionalmente.
A resistência em enfrentar uma crítica está ligada à dificuldade de constatar que não somos “deuses”. É sinal de que mesmo os profissionais mais perfeccionistas, equilibrados e controlados cometem falhas e demonstram fragilidades. Outra explicação é que nos preocupamos em manter uma imagem positiva para nós mesmos e para os outros, com receio do que vão pensar a nosso respeito. E também resistimos ao que nos parece novo, como o fato de termos que desenvolver algum outro comportamento diferente do que já estamos acostumados.
A crítica também costuma doer quando a pessoa entende que aquilo que ela fez –ou deixou de fazer– está fora dos padrões ou em desacordo com o ponto de vista do outro. Ouvir uma observação desfavorável incomoda sempre. Não existe essa história de ‘vou fazer uma crítica construtiva’. É quem a recebe que vai determinar se ela pode ser ou não construtiva.
Ouça antes de rebater
A capacidade de absorver as críticas e aprender algo com elas é uma característica de quem tem um alto grau de maturidade, capacidade analítica e pode utilizar o comentário para seu desenvolvimento pessoal. O problema é que muitas pessoas, simplesmente, não conseguem ouvir o que o outro tem a dizer e já tiram suas conclusões antes de entender o que está por trás do que está sendo dito.
A atitude mais comum é rebater, em vez de parar e analisar o que escutou. É melhor ao menos tentar perceber como a crítica poderia ajudá-la a enxergar algum ‘ponto cego’ em seu trabalho. E ela deveria, ainda, agradecer a quem criticou por ter coragem de falar ‘com ela’ e não ‘dela’.
Em uma situação dessas, é bom ouvir primeiro, procurar compreender os fatos, para depois questioná-los. Se o conteúdo for mesmo relevante, a aceitação inicia o processo de mudança. Sem a compreensão e aceitação da crítica, não há transformação.